A história mostra que não se pode duvidar do Bahia. Quando todos entregam os pontos, quando o otimismo é vencido pela realidade, quando a fé tende a fraquejar, a estrela tricolor mostra as caras. Não se trata daquele tão proclamado adereço amarelo acima do escudo. Esta estrela, na verdade, é o espírito vencedor encarnado no azul, vermelho e branco. Alguns torcem a boca e chamam de milagre. Outros entendem seu sentido, sentem sua vibração e vivem esta paixão. É o Esporte Clube Bahia que, mais uma vez, supera todas as expectativas e desmente os prognósticos. É o Esporte Clube Bahia que faz sua torcida explodir aos gritos de “É campeão!” quando todos tinham a chacota pronta
A fé tricolor é, realmente, difícil de explicar. Quando o Bahia foi derrotado por 3 a 0 para o Vitória da Conquista no jogo de ida da final do Campeonato Baiano, a disputa era dada como praticamente definida. Mas o time que bateu o Santos de Pelé, o Internacional no Beira Rio, fez Dadá Maravilha aprender que baiano não faz cinco apenas quando ganha na loteria, e acreditou até o último minuto com Raudinei, mostrou mais uma vez que sua estrela realmente brilha. Parecia impossível, mas o Tricolor foi lá e fez: avassaladores 6 a 0 sobre o adversário.
Os
deuses do futebol e os bons fluidos da Fonte Nova aprontaram mais uma. Viradas
como esta é que tornam o esporte tão apaixonante. É por exemplos como o deste
domingo que o torcedor do Bahia não abandona seu clube em momento algum. Ele
pode até não ter tanta confiança, mas lá no fundo sempre resta aquela ponta de
esperança. E ela, vez ou outra, faz questão de aparecer, surpreender e manter a
áurea existente em torno do escudo tricolor.
Bahia comemora título estadual na Arena Fonte Nova (Foto: LIGEIRINHO NO ESPORTE )
Neste
ano, com um tom especial. Com a nova diretoria que priorizou o futebol, tudo
mudou no Fazendão. A mentalidade da equipe foi outra durante todo o torneio.
Nada de três volantes e a preocupação em se defender. O Bahia passou a jogar
para cima, tornou-se protagonista dos jogos - ao menos enquanto o lado físico
deixou - e assim pôde ser o dono de seu futuro.
Deve-se
destacar também a mudança no comportamento dos jogadores. O espírito de grupo e
a vontade de vencer eram evidentes em cada aparição pública. Nos vídeos dos
bastidores das partidas - divulgados pelo próprio clube -, era notória a união
entre os jogadores. Um Bahia que se manteve unido para manter a trajetória
vencedora. Nem mesmo quando o planejamento mostrou-se falho pela ausência de
peças de reposição, o grupo se deixou fraquejar. O susto veio, mas o título
superou.
bi, bi! Bahia é bi!
A
conquista do Campeonato Baiano de 2015 não foi apenas especial por causa da
surpreendente virada na final da competição. Ao levantar a taça na Fonte
Nova, o Bahia quebra também um longo jejum. Oficialmente, desde as conquistas
de 1998 e 1999 que o Tricolor não era bicampeão estadual.
Mas
a data gera polêmicas. Isso porque o título de 1999 foi dividido entre as duas
maiores equipes do estado. Com a final Ba-Vi, o Itapagipe entrou na justiça
alegando falta de segurança no Barradão e, com isso, cada equipe foi para um
estádio. Anos depois, o TJD decidiu dar o título para Bahia e Vitória em
conjunto.
Se
os títulos de 98/99 não forem levados em consideração, a tabu findado pelo
Bahia nesta temporada vai ainda mais longe. Foi com aquele gol de Raudinei, nos
últimos minutos do Ba-Vi na Fonte Nova, que o Tricolor deu a volta olímpica em
1994 pela segunda vez consecutiva em duas edições do estadual.
O
Bahia não foi perfeito no Campeonato Baiano de 2015. Longe disso. Com o time em
montagem, o estilo de jogo foi ganhando corpo ao longo da competição. Mas foi
uma campanha de respeito. Foram apenas três tropeços em 12 jogos - o Conquista
foi o único a superar a equipe de Sérgio Soares duas vezes.
Fora
isso, o Tricolor venceu oito partidas e empatou apenas um jogo. Nesta campanha,
destaque para o trio de atacantes formado por Kieza, Léo Gamalho e Maxi
Biancucchi - o poderoso KGB. Foram 30 gols marcados e apenas 13 sofridos.
Com
um time em formação e uma maratona de jogos na reta final do Campeonato Baiano,
o Bahia passou por sufocos. Viu o título praticamente escapar de suas mãos. Mas
a força tricolor foi maior do que tudo isso. O alívio veio com o apito do
árbitro neste domingo. E, como dizem os mais antigos, se não for difícil, não é
Bahia.Fonte texto Raphael Cordeiro
FOTOS LIGEIRINHO NO ESPORTE
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