A Arena Fonte Nova tinha maioria Tricolor nas arquibancadas e o Bahia
entrou em campo ontem defendendo uma sequência inédita em sua história de 17
triunfos como mandante. Contudo, nada disso foi suficiente para impedir o
Vitória de chegar vencer pela 10ª vez em 10 jogos no Baianão 2017. Com uma
arrasadora campanha de 100% de aproveitamento no torneio, o Leão bateu o
Tricolor por 2 a 1 e fez a festa da sua torcida no estádio.
Com o triunfo, além de ampliar sua
vantagem de Ba-Vis disputados na nova arena para 6 a 4, o Vitória garante que,
se chegar à final do Baianão, terá a vantagem de atuar em casa e com a vantagem
do empate, não importam os resultados das semifinais, que já começam no domingo
que vem, quando o Leão visita o Vitória da Conquista, ao passo que o Bahia joga
em Feira contra o Fluminense.
A dupla Ba-Vi já tem também outros dois encontros para este mês,
pelas semifinais da Copa do Nordeste. No dia 27, o duelo será no Barradão, com
a volta marcada para o dia 30, novamente na Arena Fonte Nova.
O jogo
Em todos seus compromissos na temporada, Bahia e Vitória tiveram
suas estratégias de jogo caracterizadas pela marcação alta e pressão na saída
de bola dos adversários. No Ba-Vi, espera-se o mesmo, mas o que se viu em campo
na etapa inicial foi uma partida em que a cautela de ambos os times deu o tom.
Ninguém corria riscos no ataque, com laterais e volantes jogando ‘presos’ e
quase sempre com a marcação sendo feita com os 11 jogadores atrás da linha
da bola.
Contudo, apesar da cautela, não faltava vontade em campo. O
Ba-Vi era ‘pegado’ e os nervos estavam à flor da pele, dando o tempero
necessário para pelo menos não deixar o jogo chato, já que as chances de gol
eram escassas. Os melhores momentos ofensivos de tricolores e rubro-negros
aconteciam em chutes de longa distância ou de bola parada. Pelo Bahia, em
cobrança ensaiada de falta, Juninho exigiu ótima defesa de Fernando Miguel. Do
lado do Leão, também numa falta trabalhada, Cleiton Xavier chutou forte e a
bola passou raspando o travessão.
E com as defesas ganhando todas dos atacantes, parecia mesmo que
o 1º tempo estava fadado a um 0 a 0 no placar. Mas na primeira grande falha de
posicionamento do clássico, aos 44 minutos, o Vitória foi fatal. Após tiro de
meta, André Lima ganhou de cabeça para Tiago no meio-campo e acionou Gabriel
Xavier livre na esquerda, aproveitando o cochilo de Eduardo. O meia conduziu a
bola até a linha de fundo e cruzou com perfeição para Cleiton Xavier, que quase
marcou de peito, mas viu Armero salvar de cabeça, em cima da linha. No rebote,
Patric poderia ter chutado no gol, mas viu Cleiton livre na área e deu a
assistência para que ele, sem goleiro, abrisse o marcador.
E se a festa da torcida rubro-negra já era grande, ela dobrou de
tamanho com aos 48, quando após cobrança de escanteio de Patric, Kanu ganhou de
cabeça para Tiago e ampliou a vantagem do Leão, acertando o ângulo de
Anderson, que não teve chances de defesa.
Expulsão
O 2 a 0 já era ruim para o Bahia no retorno do 2º tempo, mas a
situação ficou ainda pior para o Tricolor que teve o zagueiro Tiago expulso,
após acertar uma cotovelada em André Lima numa disputa de cabeça, com apenas um
minuto de bola em jogo na etapa final.
Só que o que parecia ser o fim do mundo para o Esquadrão, com
prenúncio de goleada para o Rubro-Negro, acabou por transformar o duelo a favor
do Bahia, que apesar de ter um jogador a menos em campo, fez valer seu melhor
entrosamento e organização, justamente o que ainda falta muito ao Leão de Argel
Fucks, totalmente reformulado para a temporada.
E foi na base dos contra-ataques, causados sobretudo por erros
de passes do Vitória no meio-campo, que o Bahia cresceu no jogo e por pouco não
deixou a Fonte Nova com pelo menos um empate. Logo aos 12, quando já havia
chegado com perigo em dois cruzamentos de Edigar Junio, o Tricolor diminuiu a
vantagem do Leão com um gol contra de Alan Costa, que tentou cortar um
cruzamento de Eduardo e acabou acertando o gol de Fernando Miguel, que nada
pôde fazer no lance.
O gol mexeu com os nervos dos jogadores do Vitória, que tiveram
várias chances de contra-atacar, mas por afobação, erravam lançamentos fáceis
ou escolhiam o momento inapropriado para o passe ou cruzamentos, facilitando a
vida da vulnerável zaga do Bahia, que tinha seus melhores momentos nas chegadas
de Edigar Junio e Regis (depois Zé Rafael) à linha de fundo, ganhando diversas
vezes para a frágil marcação dos laterais Geferson e Patric.
O Bahia não chegou a dar ‘pressão’, mas até o fim, parecia estar
mais perto do empate que o Leão do 3º gol, apesar de o Rubro-Negro ter tido as
duas melhores chances no 2º tempo, com Paulinho e Geferson perdendo gols
feitos, cara a cara com Anderson. Pelo lado do Tricolor, na base do ‘abafa’,
foram muitas bolas alçadas à área de Fernando Miguel, mas a grande
maioria delas anuladas pelo próprio goleiro ou por Kanu, o melhor do
Rubro-Negro em campo.
FICHA
TÉCNICA
Bahia
x Vitória pela 10ª rodada do Campeonato Baiano
Onde: Arena Fonte Nova, em Salvador
Quando: 09 de abril de 2017, às 16h
Árbitro: Jailson Macedo Freitas
Assistentes: Carlos Eduardo Bregalda Gussen e Elicarlos
Franco de Oliveira
Cartão
amarelo: André
Lima, Bruno Ramires, David e Kanu (VIT); Régis e Lucas Fonseca (BAH)
Cartão
vermelho: Tiago
(BAH)
Gols:
Vitória: Cleiton Xavier (44 do 1º T), Kanu (48
do 1º T)
Bahia: Alan
Costa (contra, aos 12 do 2º T)
Bahia: Anderson; Eduardo, Tiago, Éder
e Pablo Armero; Renê Júnior, Juninho e Régis (Zé Rafael); Edigar
Junio(Gustavo), Allione (Lucas Fonseca) e Hernane. Técnico: Guto Ferreira
Vitória: Fernando Miguel; Patric, Kanu, Alan Costa
e Geferson; Willian Farias, José Welison (Bruno Ramires), Cleiton Xavier
(Paulinho) e Gabriel Xavier (Jhemerson); David e André Lima. Técnico: Argel
Fucks
Público
pagante: 32.762
Renda: R$
1,1 milhão
Fonte Luiz Teles / A Tarde
Fotos Ligeirinho No Esporte
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