Havia duas possibilidades de final de história neste domingo, 7: uma
festa completa com o sorriso de mais de 30 mil torcedores ou a alegria isolada
dos intrusos no ambiente. Prevaleceu o clima todo a favor dos rubro-negros e o
Vitória, com o empate por 0 a 0 contra o Bahia no Barradão, faturou o título
estadual de forma invicta, sua segunda conquista seguida.
Valeu, por sinal, a campanha completa do
Leão, que beneficiou-se da vantagem dos resultados equivalentes após o 1 a 1 da
ida, na Fonte Nova. O time, que conquistou o tetra de 2002 a 2005 e de 2007 a
2010, voltou a comemorar um bicampeonato depois de uma sequência de cinco
edições com apenas um troféu. O último campeão baiano invicto havia sido o
próprio Vitória, em 2005.
Com a decisão da CBF – respaldada pela recomendação do
Ministério Público (MP-BA) – torcedores do Bahia não puderam entrar na Toca
(assim como a galera do Vitória não tive o direito de ir à Fonte Nova na última
quarta-feira, 4). Ruim para o espírito de competitividade do futebol, ótimo para
a unificação da alegria no santuário rubro-negro.
O Leão manteve a escrita de nunca ter saído sem comemorar de um
Ba-Vi de final de Campeonato Baiano no Barradão (ganhou também em 2000, 2004,
2005, 2009, 2010 e 2013). Ainda elevou o jejum tricolor para oito partidas sem
ganhar no estádio (último triunfo foi há seis anos, em 2011). E o Bahia falhou
em sua 13ª tentativa histórica de tirar a taça das mãos do rival em jogos
derradeiros nos quais necessitava do triunfo.
Mais do que tudo isso, o Vitória deu o troco após a
traumatizante eliminação na semifinal na Copa do Nordeste diante do Esquadrão,
que faz a decisão diante do Sport nos próximos dias 17 e 24. Antes, os dois
estreiam no Brasileirão no domingo, 14: às 16h, o Bahia recebe o Atlético-PR e
o Leão visita o Avaí.
Jogo amarrado
O primeiro tempo do Ba-Vi deste domingo, 7, foi um dos mais
fracos dos clássicos deste ano. Os times se mostraram claramente nervosos,
erraram mais do que o normal e as chances surgiram quase todas de falhas
gritantes do adversário. O Bahia sofria com a ausência de incisividade, de
jogadores mais habituados a balançar a rede. O Vitória dava continuidade à sina
de resumir seu jogo às bolas longas.
Depois de um início com domínio rubro-negro, aproveitando o
empurrão da galera, o Esquadrão foi o primeiro a levar perigo. Abriu-se clarão
no meio da defesa do Leão, Juninho tramou com Allione e a redonda chegou a
Edigar Junio, que girou bonito, viu a meta à sua frente, mas finalizou para
fora.
Na sequência, vieram tentativas em série de chutes de longe até,
aos 23, o Vitória perder sua primeira grande oportunidade. Cleiton Xavier
cobrou escanteio fechado, Jean rebateu mal e Bruno Ramires mandou por cima na
sobra.
A partir daí o Rubro-Negro viu seu gol amadurecer. Aos 29,
Patric lançou, Tiago falhou, mas David errou ao tentar tocar na saída de Jean.
Cinco minutos depois, Paulinho recebeu na área, driblou bem e acertou o pé da
trave.
A resposta tricolor veio em lance polêmico. Aos 37, Zé Rafael
foi acionado por Régis em ótima posição para o chute, mas preferiu a busca pelo
contato para cavar o pênalti. Houve o toque da perna de Kanu, mas o árbitro
baiano Marielson Alves mandou seguir.
Na segunda etapa, o Bahia teve um bom momento nos instantes
iniciais. Uma bola na trave em cobrança de falta de Juninho e um chute de Zé
Rafael, que quase entrou depois de desvio em Kanu, arrepiaram os pelos dos
rubro-negros. No entanto, o ímpeto tricolor logo acabou e, ao som do empolgante
canto que vinha da arquibancada, os comandados do interino Wesley Carvalho
administraram o placar favorável até o fim.
Só não completaram a festa com o triunfo porque David perdeu
outro gol feito aos 29 minutos. Não fez falta nenhuma. Ponto para a
persistência de uma equipe que deixou faltar muito na qualidade do futebol,
sofreu com mudança emergencial na comissão técnica, mas se superou com raça,
inteligência e desejo de vingança.
FICHA TÉCNICA - VITÓRIA 0 X 0
BAHIA - PELA FINAL DO CAMPEONATO BAIANO 2017
Onde: Barradão, Salvador (BA)
Qaundo: 7/5/2017 – 16h
Árbitro:
Marielson Alves Silva (BA)
Auxiliares:
Elicarlos Franco de Oliveira (BA) e Jucimar dos Santos Dias (BA)
Cartões amarelos: Kanu, André Lima e Bruno Ramires (VIT);
Lucas Fonseca (BAH)
Cartões vermelhos: Não houve
Gols: Não houve
Público:30.288
Pagantes; 30.579 Presentes; Renda: R$422.561,00
Vitória: Fernando Miguel; Patric, Kanu, Alan Costa
e Geferson; Willian Farias, Bruno Ramires (René, 24'2°T) e Cleiton Xavier;
David e Paulinho (Gabriel Xavier, 42'2°T); André Lima (Rafaelson, 33'2°T) –
Técnico: Wesley Carvalho
Bahia: Jean; Eduardo, Tiago, Lucas
Fonseca (Jackson, Int) e Armero; Renê Júnior, Edson, Régis, Allione (Gustavo,
33'2°T) e Zé Rafael (Diego Rosa, 35'2°T); Edigar Junio – Técnico: Guto Ferreira
Foto Margarida Neide | Ag. A Tarde
Por Daniel Dorea Ag. A Tarde
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