Pouco antes do episódio final da novela, um capítulo curioso. O lateral Eduardo enche o peito e diz: “Pode vir Guardiola. Se os jogadores não encaixarem, não adianta”.
Já que é assim, ‘desejo’ atendido. Guardiola não vem, tampouco um novo técnico será contratado. O Bahia, após um mês de indefinição iniciado pela demissão de Jorginho, vai de Preto Casagrande até o fim da temporada. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira, 30, no final da tarde, pelo presidente Marcelo Sant’Ana.
O time já vinha sendo comandado interinamente por ele há cinco partidas (dois triunfos, um empate e duas derrotas). Com o fim do período de avaliação instituído pela diretoria, Sant’Ana optou pela aposta caseira. E explicou o motivo. “Foi uma decisão tomada com muito equilíbrio e cautela. Também porque temos confiança na nossa comissão técnica fixa”, disse, antes de anunciar que, com a efetivação de Preto, um novo auxiliar será contratado nos próximos dias.
O agora treinador definitivo do Esquadrão deixou totalmente de lado a modéstia ao comemorar seu novo status. “Foi uma decisão inteligente do Bahia, tomada com sabedoria. Acredito que será acertada”, cravou ele, que assumiu a dificuldade do desafio: “É o maior da minha vida, mas já vivi tanta coisa que tenho de estar preparado. Não vai ser fácil, porém, se eu tivesse medo, mais simples pra mim teria sido ficar em casa”.
Durante o período de interinidade, o Bahia sondou outros treinadores enquanto acompanhou o desempenho de Preto. Ao mesmo tempo, vários atletas vieram a público para pedir a efetivação do ex-auxiliar, no clube há quase dois anos. Sant’Ana abordou o assunto dando o exemplo do técnico que antecedeu Jorginho: “Guto Ferreira não era tão querido pelos jogadores, mas sempre teve sua liderança respeitada, o que é mais importante. Acho que Preto tem essa característica, com a diferença de que ele é querido pelos atletas. Mas a gente brinca que é querido porque era auxiliar. Agora, desgastes naturalmente vão surgir, mas confio na capacidade dele de gerir o grupo”.
O discurso de Preto foi no mesmo caminho: “Em nenhum momento pedi para atletas falarem em meu nome. Acho que ninguém ia dizer ‘tem que tirar Preto!’, mas sinto que eles falavam de coração. Isso me dá força e confiança”. Sant’Ana rebateu duramente quem aponta que houve influência direta dos atletas na decisão: “Visão míope. Simplesmente ridículo. Jogadores são pagos pra jogar”.
Reforços?
Até a próxima partida, dia 11/9, uma segunda-feira, em Goiânia, contra o Atlético-GO, Preto terá mais oito dias para ajustar a equipe – o grupo terá folga de na sexta a domingo. Marcelo Sant’Ana informou que irá conversar com o treinador e não descartou a possibilidade de virem reforços.
Porém, o mais provável é que a aposta seja na recuperação de atletas lesionados, como os atacantes Hernane e Edigar Junio, além do meia Allione. “Eles estão treinando normalmente. Espero que na próxima partida já possam ficar no banco”, projetou Preto.
Sobre o duelo com o lanterna do Brasileirão, Sant’Ana arriscou: “Faremos um grande jogo. A responsabilidade contra o Atlético-GO é do presidente, não do treinador”. Com o time só um ponto à frente da zona de rebaixamento e podendo ingressar nela, é óbvio que ele será cobrado.
Foto Felipe Oliveira l EC Bahia
Por Daniel Dórea/ A TARDE
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