Hernane entra no intervalo e vira o protagonista da goleada sobre o Bode
"Essa foi a minha reestreia, e a do time do Bahia”. Assim Hernane definiu a partida desta quarta-feira, 7, que terminou com goleada tricolor após uma etapa inicial tenebrosa da equipe.
O Brocador entrou no intervalo para fazer seu primeiro hat-trick (três gols num mesmo jogo) com a camisa do Esquadrão e liderar a goleada por 6 a 1 sobre o Vitória da Conquista, na Fonte Nova. Foi apenas o segundo triunfo do Bahia no Campeonato Baiano, competição na qual só havia anotado dois tentos nos quatro jogos inaugurais.
“Passei por um momento difícil. Quebrei a perna tentando ajudar e, depois que voltei, entrava só por 15 ou 20 minutos. Não conseguia fazer muita coisa. Neste ano, não fui relacionado para algumas partidas, mas continuei trabalhando. Sabia que ia chegar a oportunidade”, disse Hernane, com a bola do jogo nas mãos, lembrando da temporada ruim que viveu em 2017.
Segundo ele, “um novo ano começou” para o Bahia, que só volta a campo para o Ba-Vi do próximo dia 18.
Piores momentos
Antes da chuva de gols do segundo tempo, o que se viu foram 45 minutos iniciais pavorosos, nos quais vale mais registrar os piores momentos do que as poucas jogadas perigosas: a tosca furada de Kayke, na frente do gol; as tentativas de passe longo do zagueiro Tiago; o voleio de Kayke que quase saiu pela linha lateral; o cruzamento de Elber (ah... o cruzamento de Elber!), que tentou mandar aquela trivela na bola e a jogou diretamente para fora.
Tudo isso já bastaria, mas detalhes além das observações técnicas e táticas se mostram ainda mais propícios para descrever o cenário tricolor após a etapa inicial: a feição de incredulidade do treinador Guto Ferreira e a postura totalmente apática dos atletas. Será que não haveria mais conserto?
A resposta parecia vir com a entrada de Hernane no lugar de Kayke no intervalo. A solução era justamente o Brocador, um jogador do qual o Bahia tenta se livrar desde o ano passado para aliviar seus gastos mensais? – ele ganha o maior salário do elenco, cerca de R$ 250 mil.
O que parecia uma tentativa desesperada acabou, por ironia, salvando a noite. O despertar se iniciou com uma faísca de inspiração que atingiu Zé Rafael. Em cobrança de falta aos dois minutos, acertou o ângulo.
Aos oito, Hernane começou a brilhar. Mena tocou para o Brocador, que marcou com o gol aberto e se emocionou. Chorou e foi amparado por todos os colegas. Era, aparentemente, um grupo tentando se reerguer em torno da redenção de alguém que julgam importante.
Mas não parou por aí. Dez minutos depois, tramaram em contra-ataque Edigar Junio e Gregore, que cruzou rasteiro. O goleiro tirou parcialmente e Hernane fez o segundo dele no rebote. O terceiro saiu aos 31, aproveitando assistência de Vinicius. O registro de seu último gol datava de abril de 2017. Jejum de mais de nove meses quebrado com três bolas na rede.
Caça-Rato ainda diminuiu aos 32 minutos, depois de driblar o goleiro. Mas seria mesmo o Bahia a dar a assinatura final da partida: Régis, com passe de Gregore aos 33, e Vinicius, após tabelar com Hernane e bater bonito de fora quatro minutos mais tarde, definiram a goleada.
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