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sábado, 28 de dezembro de 2019

Eliminações, briga pela Liberta e frustração: relembre o ano do Bahia





Com setenta e um jogos no ano, o 2019 do Bahia foi uma verdadeira montanha-russa. O Tricolor colecionou eliminações, campanhas recordes e frustrações, mas terminou o ano com a sensação de que a instituição segue evoluindo e reconquistando o seu espaço como um dos grandes clubes do futebol brasileiro. Na temporada, o Esquadrão venceu 27 jogos, empatou 24 e perdeu outros 20.
Disputando cinco competições durante todo o ano, o Bahia foi a equipe brasileira que mais esteve envolvida em torneios em 2019. O Tricolor participou do Campeonato Baiano, Copa do Nordeste, Copa Sul-Americana, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. No entanto, o Esquadrão conseguiu se sagrar campeão apenas da disputa estadual.
Em 2019, o Bahia começou a utilizar a chamada equipe de transição para disputar algumas partidas e descansar os atletas considerados titulares do pesado início de temporada do futebol brasileiro. Assim, o clube investiu na contratação de jovens jogadores que pudessem compor este elenco 'B' e, quando necessário, reforçarem a equipe principal. Atletas como Matheus Silva, Iago, Fernando Medeiros (irmão do volante Flávio), chegaram com esta missão, mas não deram certo e saíram do Esquadrão durante o ano.
Contratações
O Tricolor não poupou esforços na hora de contratar jogadores e formar o seu elenco para a temporada. Desejo antigo da torcida, o centroavante Fernandão, de 32 anos, foi repatriado pelo clube com status de ídolo por R$ 4,5 milhões. Longe de cumprir o esperado pelos fãs, o atacante não conseguiu assumir a titularidade e terminou ano com 13 gols marcados em 48 partidas.
Emprestado pelo Palmeiras, o atacante Artur, 21, chegou ao clube ainda em janeiro e foi um dos destaques do ano com 10 gols. Outro a se destacar foi o zagueiro Juninho, que também chegou por empréstimo da equipe paulista e foi adquirido em definitivo por R$ 5,7 mi, se tornando a maior compra da história do clube. Quem também terminou o ano em alta foi o lateral-direito João Pedro, emprestado pelo Porto (POR).
Outra aquisição do clube no ano foi o lateral-esquerdo Moisés, que teve 30% dos direitos econômicos adquiridos pelo Bahia junto ao Corinthians por aproximadamente R$ 2 milhões. Ele foi um dos contratados que foram titulares do clube na temporada, assim como o zagueiro Ernando (até se contundir) e o volante Douglas Augusto (vendido no meio do ano ao PAOK, da Grécia).
Alguns que chegaram não se conseguiram grande destaque e apenas compuseram o elenco da equipe na temporada, foram os zagueiros Xandão e Wanderson, o lateral-esquerdo Giovanni, o volante Ronaldo, os meias Guerra e Shaylon, e os atacantes Rogério, Lucca e Arthur Caike.
Ainda teve aqueles que irritaram os torcedores sempre que estavam em campo. O lateral-direito Ezequiel, contratado para reserva de Nino Paraíba, mas que foi bastante criticado pelo baixo nível técnico, e o meia Guilherme, que além de não render em campo, entrou em rota de colisão com a torcida, foi afastado e teve seu contrato rescindido antes do início do Brasileirão.
Apostando na continuidade do trabalho, a diretoria do Bahia manteve o treinador Enderson Moreira no comando da equipe. Mas o time, que havia perdido seus três principais jogadores e pilares da equipe no anterior (Zé Rafael, Edigar Junio e Vinicius) demorou a emplacar e colecionou decepções no primeiro semestre de 2019.

Com a equipe de transição jogando a maioria das partidas no Baianão, coube a equipe comandada por Enderson Moreira a tarefa de ir bem nas duas principais competições do clube na primeira parte do ano - Copa do Nordeste e Sul-Americana. No entanto, o Bahia foi mal e acabou eliminado na primeira fase dos dois campeonatos.
A história do Esquadrão na Sul-Americana 2019 acabou bem rápido. A equipe foi eliminada ainda na primeira fase na partida contra o modesto Liverpool (URU). Mesmo com maior posse de bola e número de finalizações, o Tricolor foi derrotado por 1 a 0, na Arena Fonte Nova, em partida de ida, empatou sem gols na partida de volta disputada no Uruguai e deu adeus à competição.
No 'Nordestão' - em novo formato -, o Tricolor foi o 5° colocado do Grupo B, onde se classificaram Ceará, Botafogo-PB, CSA e Náutico. O Esquadrão terminou a competição com 12 pontos conquistados em oito partidas disputadas. Foram três triunfos, três empates e duas derrotas. O Bahia marcou 15 gols e sofreu sete.
As únicas duas derrotas na competição foram o que pesaram na decisão de demitir Enderson Moreira. O Bahia perdeu na Arena Fonte Nova, para o Sergipe, até então lanterna do Grupo A, e que só conseguiu pontuar contra o Tricolor. Durante a partida, a torcida pedia a saída de Enderson e foi possível ouvir gritos de "Queremos treinador".
A diretoria resolver dar mais um voto de confiança ao técnico, mas no final de março, pela última rodada da competição, o Tricolor foi derrotado pelo Sampaio Corrêa por 1 a 0 (com direito a gol de antes do meio campo) e foi eliminado prematuramente do Nordestão. A desclassificação foi a gota d'água e Enderson Moreira deixou o comando do clube baiano.
Após a demissão de Enderson, o Bahia não demorou a anunciar um novo treinador para a sequência da temporada. O escolhido foi o gaúcho Roger Machado, técnico que coleciona trabalhos com bom aproveitamento no Grêmio, Atlético-MG e Palmeiras. O último trabalho do técnico havia sido em 2018 pelo Palmeiras, onde foi demitido com 68% de aproveitamento e substituído por Felipão, que levou o clube ao título brasileiro.
Roger assumiu com algumas missões imediatas: classificar o clube para a 4° fase da Copa do Brasil e conquistar o título baiano. Mesmo com dificuldades, o Bahia conseguiu vencer o CRB por 1 a 0, com gol do volante Elton aos 53 minutos do segundo tempo e conseguiu avançar para a fase seguinte do torneio nacional.
Sobrou ao Tricolor, como uma forma de amenizar as frustrações do início do ano, ganhar o campeonato baiano. Roger assumiu a equipe já para a disputa da grande final contra o Bahia de Feira. Na primeira partida, disputada na casa do adversário, o Tricolor foi mal e só conseguiu um empate com um gol marcado pelo atacante Rogério aos 52 minutos do segundo tempo.
No jogo da volta, com mais de 41 mil pessoas na Fonte Nova, o Tricolor venceu o Bahia de Feira por 1 a 0, com gol marcado por Gilberto, em cobrança de pênalti, e conquistou seu 48º estadual. Para manter o placar, o Esquadrão ainda contou com defesa de pênalti do goleiro Anderson.
Início do Brasileirão e Copa do Brasil
O trabalho de Roger Machado à frente do Bahia na Série A começou de maneira promissora. Na estreia, o Tricolor bateu o Corinthians por 3 a 2 e, logo depois, conseguiu seis pontos nas primeiras partidas. Até a parada para a Copa América, o Esquadrão ainda ganhou de Fluminense e Cruzeiro, empatou com São Paulo e Ceará e perdeu para Athletico e Internacional.
No mês de junho, o Tricolor ainda se destacou no cenário nacional após derrotar o São Paulo duas vezes pela Copa do Brasil e alcançar as quartas de finais do torneio pela segunda vez consecutiva. Na partida de ida, o Bahia conseguiu o triunfo com gol de Élber. Já na volta, com a Arena Fonte Nova lotada, a equipe de Roger Machado voltou a vencer, desta vez com a marca do zagueiro Ernando.
Sequência invicta e briga por Libertadores
Após o fim da Copa América, o Bahia viveu meses mágicos até o término do primeiro turno da Série A. Desde o retorno da competição continental, o Bahia perdeu para Santos e, logo depois, embalou nove jogos pelo Brasileirão, com quatro triunfos (Flamengo, Atlético-MG, CSA e Vasco) e cinco empates (Cruzeiro, Chapecoense, Palmeiras, Goiás e Fortaleza).
Inclusive contra o Flamengo, campeão do Brasileirão e da Libertadores, o Bahia viveu seu melhor jogo em 2019. Com mais de 43 mil torcedores na Arena Fonte Nova, o Tricolor derrotou o Rubro-Negro por 3 a 0, com direito a hat-trick do atacante Gilberto ainda no primeiro tempo.
Com a boa sequência, a equipe comandada por Roger Machado terminou o primeiro turno da Série A, com 31 pontos, na sétima posição do campeonato, alcançando assim a melhor campanha do clube em um turno do Brasileirão.
Eliminação na Copa do Brasil
Vivendo seu melhor momento na temporada, o Bahia tinha uma missão complicada pela frente: enfrentar o 'copeiro' Grêmio pela Copa do Brasil. A partida de ida na Arena da equipe gaúcha começou com dificuldades para o Tricolor. A equipe de Renato Gaúcho comando o primeiro tempo e foi para o intervalo vencendo por 1 a 0, com gol marcado pelo atacante Everton Cebolinha. Na volta para a segunda etapa, o Bahia conseguiu o empate com o atacante Gilberto de cabeça.
O empate na partida de ida motivou a torcida do Bahia que compareceu em peso para a partida definitiva na Fonte Nova. No entanto, mesmo com a presença de quase 47 mil torcedores, o Tricolor jogou mal e foi dominado pelo adversário, que chegou ao gol da classificação com o atacante Alisson, no segundo tempo. Mais uma eliminação e sobrou apenas o Brasileirão para o Esquadrão.
Queda de rendimento e frustração
O Bahia iniciou o segundo turno com a derrota para o Corinthians, até então adversário direto na briga por uma vaga na Libertadores. Logo depois, venceu o Botafogo - no que foi o último triunfo como mandante em 2019 - e Avaí, ambos os jogos por 2 a 0. Os resultados foram os últimos bons momentos do clube na temporada.
A fase ruim começou contra o Athletico, em casa, quando o Tricolor saiu derrotado por 2 a 1. Depois, empatou com São Paulo e perdeu para Fluminense. O Bahia ainda venceu o Grêmio fora de casa, antes de atingir a péssima sequência de nove jogos sem vencer. O Esquadrão perdeu dois jogos em seus domínios para Ceará e Internacional. Em seguida, também foi derrotado por Santos, Flamengo e Goiás, e empatou com Cruzeiro, Chapecoense, Palmeiras e Atlético-MG.
O Tricolor só conseguiu voltar a vencer na 36° rodada da Série A, contra o CSA, em Alagoas. Na partida, o atacante Gilberto, que estava sem marcar há mais de 10 jogos, abriu o placar. O volante Nilton empatou para a equipe alagoana e o Bahia ainda teve o volante Ronaldo expulso, antes conseguir voltar a triunfar com o gol marcado por Arthur Caike.
Restando duas rodadas para o fim do Brasileirão, o Bahia empatou com o Vasco na Fonte Nova e perdeu para o Fortaleza, no Castelão. Assim, o Tricolor terminou a competição no 11° lugar, com 49 pontos, um a menos que em 2017, quando fez sua melhor campanha na Série A.
Estatísticas dos jogadores
O jogador que mais atuou pelo Bahia em 2019, foi o zagueiro e capitão da equipe Lucas Fonseca, com 60 jogos na temporada. O top 3 é completado pelo atacante Gilberto (58) e o goleiro Douglas (56). 
Gilberto foi o artilheiro da equipe no ano, com 29 gols marcados. Em seguida, os atacantes Fernandão (13), Artur (10) e Arthur Caike (9). Shaylon e Élber marcaram cinco gols; Ernando e Nino Paraíba, três. Caíque, Rogério, Eric Ramires e Moisés marcaram dois. Alguns jogadores marcaram uma vez na temporada, foram eles, Nilton, Iago, Marco Antônio, Guilherme, Guerra, João Pedro, Jackson, Elton e Juninho.
O jogador mais indisciplinado do Bahia foi o volante Gregore, que recebeu 15 amarelos. Artur recebeu 10; Flávio e Moisés receberam nove. O atacante Arthur Caike foi expulso duas vezes, assim como o lateral-esquerdo Moisés. Ronaldo, Jackson, Gregore, Fernandão e Douglas Augusto também receberam o cartão vermelho em 2019.
Gols fora de campo 
Mantendo o trabalho iniciado em 2017, quando foi criado o Núcleo de Ações Afirmativas dentro do clube, o Bahia foi considerado em 2019, "o clube mais progressista do País", como destacou o tablóide inglês The Guardian. O Tricolor se destacou fora de campo com algumas ações pontuais que chamaram a atenção para problemas da sociedade.
Neste ano, o Bahia fez diversas campanhas do tipo, como o lançamento de uma 'camisa invisível', contra a violência nos estádios, as bandeirinhas da Fonte Nova nas cores LGBT, como forma de promover a igualdade de gênero, e a campanha de doação para a limpeza das praias do Nordeste, afetadas pelo derramamento de óleo no mar.
O grande destaque foi quando na partida entre Fluminense x Bahia, quando os técnico Marcão e Roger Machado, dois únicos técnicos negros na Série A de 2019 participaram de  uma campanha contra o racismo. Na ação, os treinadores vestiram a camisa do "Observatório da Discriminação Racial no Futebol".

Por Daniel Genonadio / Atarde 
Fotos Atarde 
Foto: Divulgação | EC Bahia /  Foto: Adilton Venegeroles  Agencia Atarde 

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