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quarta-feira, 27 de maio de 2020

Críticas da torcida e pouco espaço no time: primeiro título de Rivaldo completa 30 anos

  




Franzino, alto e um tanto quanto desengonçado. Aos 18 anos, Rivaldo chegava ao profissional do Santa Cruz após uma passagem de altos e baixos pela base do clube. Mas o que nem o técnico Erandir Montenegro, nem a torcida e muito menos a imprensa especializada esperava, é que o garoto tímido, vindo da cidade de Paulista, em Pernambuco, conquistaria, naquela temporada, o primeiro título profissional, de uma carreira que o levaria a ser o melhor do Mundo, em 1999, e campeão mundial, em 2002.

Se atualmente o título pernambucano pelo Santa Cruz se perde em meio aos 25 troféus que acumulou na vida profissional, em 1990, a conquista era uma prova de capacidade. Embora só tenha feito um jogo no Estadual, quando atuou na derrota por 1 a 0 para o América-PE, Rivaldo provara para si mesmo e para todos os outros que merecia um lugar no clube de coração.

Isso porque, revelado pelo Paulistano, ele chegou a ser dispensado da base coral com um conselho: vá estudar, futebol não é para você.
As críticas não tiraram Rivaldo do elenco principal do Santa. Embora ainda juvenil, estreou diante de 640 pessoas, em uma das duas derrotas da equipe no Pernambucano da época: Santa Cruz 0 x 1 América-PE. Não voltou a campo nas finais contra o Sport, que garantiram o título estadual ao Tricolor. Primeiro e único do astro com as cores do clube coral.

- Tinham muitas pessoas que não acreditavam. No Santa, muitos não acreditaram. Fui cortado do Santa, mandaram estudar. Foi triste para mim. Depois disso, cheguei ao Barcelona e fui reconhecido no mundo todo. Mas não guardo mágoa do Santa Cruz. Sou Santa Cruz e sou grato ao Santa. É outra época, mas foi difícil. Não foi fácil. Foi triste e, depois disso, meu pai faleceu e não ficou sabendo que tinha sido mandado embora do Santa... Seis meses depois, ele foi atropelado e morreu. Eu fiquei com vergonha de falar - disse Rivaldo, em sua última passagem por Pernambuco.
Mas se em 1990 pouco se viu de Rivaldo em campo, no ano seguinte, ele despontou. Mais seguro, o então meia foi deslocado para atuar como centroavante. Posição a qual conseguiu desenvolver de forma satisfatória, graças aos seus 1,86 metros de altura.

Gol contra o Colatina, pela Copa do Brasil, diante do CRB, pela Série B do Brasileiro, e as manchetes dos jornais, que antes tinham um tom de crítica, passaram a destacar a promessa tricolor. Tímido, o então centroavante Rivaldo ainda demostrava sonhos modestos para o que se tornaria.

Responsável por comandar as divisões de base do Santa Cruz na época, o então técnico Betinho disse, em entrevista ao Diário de Pernambuco, que um dos motivos para a dispensa de Rivaldo seria uma suposta falta de força. Mas para a sorte do Tricolor, coube a Rivaldo mostrar que, se faltava força, sobrava técnica. Porque ele voltaria ao Arruda outra vez.

Ali, aos 18 anos, com olhar acanhado diante das câmeras, Rivaldo mal poderia imaginar que ter escolhido desconsiderar os conselhos do ex-treinador da base coral o levaria a se tornar o melhor jogador do Mundo em 1999 e a conquistar o Mundial de 2002 pela seleção brasileira.

Por Elton de Castro — Recife

Fonte G1 

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