A atual campeã mundial e bicampeã europeia teve de se render no Rio de Janeiro. E bailou diante de uma Seleção Brasileira
de atuação implacável, neste domingo, no Estádio do Maracanã. Dono da
partida desde o gol de Fred a 2min de jogo, o Brasill massacrou a Espanha com 3 a 0 e conquistou a Copa das Confederações, de modo irretocável, pela quarta vez na história. Com cinco vitórias em cinco jogos disputados.

Nos almanaques que registrarão o título constará uma
atuação defensiva de grande solidez, especialmente de David Luiz, Luiz
Gustavo e Paulinho. Neymar, autor do mais belo gol da partida, também
ficará marcado pela assistência perfeita de corta-luz para Fred, o mais
decisivo diante da Espanha. Autor de dois gols e artilheiro da
competição com cinco gols ao lado de Fernando Torres, mas sem ter
enfrentado o Taiti.
Com 73.531 torcedores presentes, o Maracanã também fez
sua parte e com brilho. O público participou do início ao fim: cantou o
Hino Nacional antes e durante a partida, provocou a arbitragem, os
espanhóis e até Shakira, de nome gritado quando Piqué foi expulso por
falta violenta em Neymar. Claro, também gritou "campeão" e "olé", este
último quando o placar ainda marcava 1 a 0.
Um atropelamento brasileiro em 45 minutos, com um gol no
início e outro no fim. Assim pode ser definida a atuação da Seleção
contra a Espanha no
primeiro tempo da decisão. Incendiada por um público extremamente
participativo, a equipe de Luiz Felipe Scolari deu poucas chances à
Espanha, que tinha inferioridade até na posse de bola depois de 15
minutos transcorridos. Fruto, principalmente, de uma marcação fortíssima
de praticamente todos os jogadores brasileiros no campo de ataque.

Já aos 2min, a Seleção trouxe os torcedores para seu
lado com a abertura do placar em um lance de raro oportunismo de seu
centroavante. Da direita, Hulk fez bom cruzamento, e Fred e Neymar se
enrolaram com a marcação. Atento e com raça, o camisa 9 tocou por cima
de Casillas, mesmo caído, e estufou as redes pela quarta vez na Copa das Confederações.
Apesar da vantagem no marcador, o Brasil permaneceu protagonista durante boa parte do primeiro tempo no Rio de Janeiro,
ainda que a Espanha tenha elevado seu percentual de posse de bola pouco
a pouco. Minutos depois de Fred fazer o primeiro, Oscar teve espaço e a
bola em seu pé direito para dobrar o placar, mas colocou ao lado da
trave esquerda. Paulinho também tentou de cobertura, pouco depois, e
Casillas pegou.
Enquanto a Espanha não jogava nem próximo de seu padrão,
o Brasil voava. Em dois contragolpes, gerou cartões amarelos em lances
agudos na velocidade. Neymar recebeu de Marcelo e já havia deixado
Arbeloa para trás quando foi calçado no meio-campo. O espanhol era o
último homem no lance, mas não foi expulso. Depois, Oscar conduziu com
liberdade e foi empurrado por Sergio Ramos. Nova advertência.

Com velocidade para propor o jogo, o Brasil criava
chances em atacado e Fred, diante de Casillas em belo passe de Neymar,
errou quando teve liberdade e tempo para dominar. Exatamente como na
sequência, com Pedro e assistido por Mata aos 40min: às costas de
Marcelo, o atacante venceu Júlio César, mas parou em um corte perfeito
de David Luiz. Ele correu, se esticou de carrinho e ainda conseguiu
jogar por cima da meta. A torcida foi ao delírio, mas ainda tinha muito
mais pela frente.
Aos 44min, mais um duro golpe no favoritismo dos espanhóis. Em tabela
esperta, Oscar recebeu, teve paciência, visão e contou com a
movimentação perfeita de Neymar contra um Arbeloa perdido. O camisa 10
brasileiro, de canhota, fuzilou Casillas com precisão e correu para as
arquibancadas para uma comemoração bonita, rodeado por jogadores e
torcedores.
Segundo tempo confirma o baile brasileiro no Maracanã

As conversas no vestiário espanhol tiveram pouco
efeito. A troca de Arbeloa por Azpilicueta, também não. Já a 2min,
quando a torcida ainda recuperava o fôlego para a segunda etapa, o Brasil
fez o terceiro. Pelo centro, Hulk abriu à esquerda, Neymar fez
corta-luz e Fred, justamente às costas de Azpilicueta, bateu de chapa,
com a direita, para vencer Casillas. À essa altura, já era uma tourada
no Maracanã.

No roteiro da festa, porém, ainda estava previsto outro
tipo de emoção. Jesús Navas, que havia acabado de entrar, foi calçado
por Marcelo dentro da área e a arbitragem, em cima do lance, marcou
pênalti. A Espanha, que havia acertado as sete cobranças da disputa com a Itália, não acertou a oitava. Sergio Ramos bateu para fora.
O Brasil até pressionou para tentar atender o pedido da
torcida, que gritava por mais um, mas optou por controlar o jogo. O que
ficou ainda mais foi possível pelas entradas de Jô e especialmente
Hernanes e Jadson, que estreou na competição. O momento de maior
euforia, na última parte, ficou com Neymar. Em velocidade, levou a
marcação de Piqué, expulso por derrubá-lo.
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