À distância, mas com conhecimento do assunto e
profundidade de informações. É como Dino Altmann, diretor médico do GP
Brasil de Fórmula 1, acompanha a luta de Michael Schumacher contra a morte em Grenoble, na França.
Na avaliação dele, o ex-piloto alemão tem riscos grandes de sequelas. E
caso elas eventualmente ocorram, são três as principais possibilidades.
"É difícil falar alguma coisa porque não conheço
exatamente as consequências do que foi afetado ou não (no cérebro). Pelo
traumatismo grave, por todas as declarações que temos escutado e a
forma como chegou, (...) acredito que probabilidade é bastante grande
(de sequelas). Pela magnitude do acidente, nem o neurologista que
operou pode falar, se é que terá (sequelas)", contou Altmann.
As eventuais sequelas vão depender, explica o médico, da
profundidade das lesões no cérebro de Schumacher e de qual região foi
afetada. "Isso pode ter de infinitas formas. Desde (sequelas) motoras,
na fala ou intelectuais. Falar especificamente sem conhecer é
absolutamente impossível", disse ainda Dino Altmann.
Em coma induzido e ainda com risco de morte, Schumacher
poderia ser submetido a uma segunda cirurgia nesta segunda-feira, mas o
procedimento foi descartado pela equipe médica na França. A situação do
ex-piloto foi estabilizada depois de uma operação realizada no domingo, e
o fato de a condição não ter se agravado já é um sinal positivo.
"Não dá para falar em melhora, mas em estabilidade. O
fato de não ocorrer uma segunda cirurgia significa que as condições
fisiológicas para não ter mais uma lesão cerebral estão adequadas. Isso é
um bom sinal. É como um jogo de pressões. A cirurgia para descomprimir o
cérebro permite que o sangue flua e leve oxigênio ao cérebro", explicou
o médico.
Atendido oito minutos depois do acidente, Schumacher
teve assim suas consequências amenizadas, dentro do possível, crê Dino
Altmann. "É sempre importante a rapidez. Há a lesão provocada pelo
trauma, machuca o cérebro, e as outras que vêm são decorrentes da falta
de oxigenação no tecido cerebral e porque aumenta a pressão e começa a
bloquear os pequenos vasos. A brevidade com que ele é atendido protege a
evolução das lesões", acredita.
Por fim, o fato de ser esportista é um ponto que
contribui como atenuante para Michael Schumacher. "É muito importante
ter uma boa condição de saúde, boa circulação, e isso favorece o
resultado final", disse Altmann.

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