Inédito, histórico, invicto... são tantas as alcunhas que talvez os
63.399 torcedores que compareceram à Arena Castelão nesta quarta-feira
(recorde de público pagante no futebol brasileiro em 2015 e no estádio),
juntos, não sejam capazes de definir o tamanho da conquista do Ceará.
Uma vitória maiúscula sobre o Bahia por 2 a 1 que confirmou a campanha
impecável da equipe de Silas Pereira na Copa do Nordeste. A coesão e a
consistência eram tamanhas que, se o ataque não acertava, a zaga
resolvia. Os gols foram marcados pela dupla de beques Charles e Gilvan,
em cruzamentos de Ricardinho. Um tento em cada etapa. Nem o gol de Maxi
Biancchuchi foi capaz de desfazer a festa que coloriu de preto e branco o
Castelão. O Ceará já havia vencido a partida de ida por 1 a 0, em
Salvador.
O domínio foi tão completo que, se Magno Alves não
resolvia, Ricardinho dava as cartas. O camisa 8, melhor jogador das
finais, foi responsável pelas duas assistências que encontraram as
cabeças de Charles e Gilvan, a dupla de zaga que se firmou na
titularidade do Vovô. Pelo Bahia, nem Kieza nem Souza conseguiram
resolver. Maxi Biancuchi até marcou, mas não adiantava mais. A festa foi
caseira. E o torcedor sabe bem como comemorar.
O Bahia agora
volta as atenções para o estadual. O Tricolor encara o Vitória da
Conquista, no domingo, na Fonte Nova. No mesmo horário, o Ceará enfrenta
o Fortaleza, na mesma Arena Castelão, na finalíssima do Cearense. Tanto
Tricolor baiano (3 a 0) quanto Vovô (2 a 1) perderam o primeiro jogo
nos estaduais.
Usa a cabeça, Vovô!
Na
coletiva que precedeu o jogo contra o Bahia, Magno Alves garantiu: o
jogo não iria para os pênaltis. Além de artilheiro, seria Magnata
vidente? Façam suas apostas. Após os cerca de 20 minutos de atraso, uma
franca troca de ataques brindou os torcedores da arquibancada. Rômulo,
pelo Bahia, Magno Alves, pelo Ceará. Falta de oportunidade não foi.
Sandro Manoel, de forma boba, perdeu bola na intermediária, e Kieza
quase completou um contra-ataque perfeito para o Tricolor de Aço.
O
Ceará, dominante com a bola nos pés, sabia exatamente o que fazer. O
maestro Ricardinho, decisivo no jogo da Fonte Nova, novamente apareceu
para marcar seu nome na história do centenário Vovô. Um cruzamento
perfeito, na cabeça de Charles, deu a dianteira aos donos da casa.
Explosão da massa alvinegra. De fato, não haveria mais disputa de
pênaltis.
Ataque não marca? Zaga resolve!
Na
volta do intervalo, Sérgio Soares precisava ir ao ataque. Sacou Rômulo e
colocou Zé Roberto, mas o efeito não foi o desejado. Mais uma vez, foi o
Ceará que chegou com perigo. E mais uma vez com os pés de Ricardinho,
que acertou a trave e viu, caprichosamente, a bola correr pela área, sem
que ninguém a colocasse para dentro do gol. O domínio era completo do
Ceará. Dentro ou fora de campo. Em nova cobrança de falta de Ricardinho,
Gilvan, desta vez, subiu mais alto para decretar nova mudança no
placar: 2 a 0 Vovô.
Se não vai na técnica, quem sabe na raça. O
Bahia partia com o que tinha para o ataque. Saiu Pittoni, entrou
Willians Santana. Até Sérgio Soares apressava uma reposição de bola,
apostando as últimas fichas em alguma reação do Tricolor. Reação que não
viria. Nem Kieza, nem Souza, nem nenhum tricolor seria capaz de colocar
água no chope do Ceará. Nem mesmo o gol de Maxi Bianccuchi, já nos
minutos finais. A taça ficou no Ceará. O Castelão se coloriu de preto e
branco.
Por Yngrid MatsunobuFortaleza, CE/G1
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