Clássico é clássico e vice-versa”, já
dizia o poeta. O Ba-Vi disputado neste domingo, 22, pela 14ª rodada do
Campeonato Brasileiro, ajuda a entender uma das mais marcantes frases que
envolvem o futebol brasileiro. O Bahia chegou à Fonte Nova em meio a uma crise
e muito cobrado pelo torcedor. Ao final do jogo, goleou o Vitória por 4 a 1 e
enfileirou feitos históricos.
A superioridade do Esquadrão em campo
ajudou o time a construir a maior goleada sobre o Vitória desde a reinauguração
da Arena Fonte Nova. O placar foi também o segundo maior em Ba-Vis disputados
no Campeonato Brasileiro, perdendo apenas para o 4 a 0 aplicado pelo Tricolor
em 1978.
Golear o rival, por sinal, era algo
que o torcedor do Bahia sentia saudade. O último triunfo com placar tão
elástico aconteceu há dez anos, em outro 4 a 1, dessa vez no Barradão. O mesmo
não pode ser dito em relação a vencer os clássicos, coisa que os tricolores tem
transformado em rotina.
O triunfo foi o quinto seguido em
Ba-Vis, o que aumenta a série invicta do Tricolor para nove jogos. Se não for
derrotado no clássico do segundo turno, o Esquadrão vai igualar a maior
sequência invicta da história do clube, que durou dez jogos, entre 91 e 92.
Em tempo, os gols do clássico foram
marcados por Zé Rafael, Vinícius, Tiago e Gilberto. Lucas descontou para o
Vitória.
Goleada histórica
O jogo começou em alta velocidade na
Arena Fonte Nova. Logo após a saída de bola feita pelo Tricolor, Neilton
pressionou e desarmou Tiago. Na sobra, a bola ficou limpa para Walter Bou, que
teve tudo para abrir o placar, mas viu Anderson defender o chute feito com a
perna esquerda. Foi o primeiro toque na bola do argentino com a camisa do
Vitória.
A partir dos dez minutos o Bahia
tomou as rédeas do jogo e passou a criar chances de perigo. Primeiro Zé Rafael
assustou em cobrança de falta. Logo depois Léo Pelé mandou lateral na área e
Vinícius compeltou a jogada com chute por cima do gol.
A pressão deu certo e foi
transformada em gol aos 15 minutos. Léo Pelé faz boa jogada pelo lado esquerdo,
e serviu Zé Rafael na entrada da área. De primeira, o camisa dez acertou um
lindo chute que enconbriu Elias. A bola ainda tocou na trave antes de entrar no
gol.
Os minutos seguintes ao gol não
fizeram o Vitória acordar para o jogo. O time seguiu com pouca inspiração no
ataque, e não conseguiu criar nenhuma chance de perigo. Um dos melhores em
campo contra o Paraná, Luan não viveu
tarde inspirada na Fonte Nova.
Por outro lado, Zé Rafael certamente
vai guardar boas lembranças do Ba-Vi deste domingo. Aos 25, dez minutos depois de
abrir o placar, o meia invadiu a área, trombou com Fillipe Soutto e viu a
arbitragem assinalar pênalti.
Vinícius foi para cobrança e deu um
susto no torcedor ao desperdiçar a oportunidade, mas consertou a besteira ao
aproveitar bem o rebote. Era o segundo do Tricolor.
A primeira etapa reservou ainda
outras duas boas oportunidades de gol. Pelo Bahia, Zé Rafael - mais uma vez ele
- acertou um chutaço com a perna esquerda. No lado rubro-negro, Fillipe Soutto
aproveitou bola mal afastada e serviu Kanu na pequena área. O zagueiro tentou
finalizar de letra, mas a bola saiu sem força e facilitou a defesa de Anderson.
O segundo tempo trouxe um Vitória
mais presente no campo de ataque. Ainda assim, sem contar com boa atuação das
referências ofensivas, o time insistiu em mandar bolas para área. O que não
estava dando certo. Curiosamente, foi com jogada de bola aérea que o Esquadrão
chegou ao terceiro gol. Aos 20 minutos, depois da zaga do Vitória afastar
cobrança de falta, Gregore ajeitou de cabeça e Tiago teve categoria para
dominar e mandar para o fundo das redes.
Não deu nem tempo do Leão respirar, e
veio o quarto gol no minuto seguinte. Zé Rafael recebeu lançamento primoroso de
Vinícius, cruzou na medida e viu Gilberto se antecipar à marcação para deixar
sua marca.
O gol de honra do Leão foi marcado
pelo lateral Lucas, de cabeça, aos 28 minutos. Se algum torcedor esboçou
acreditar em uma reação, a ilusão não durou muito. Dois minutos depois o time
perdeu Bryan, expulso, e terminou o jogo com um a menos.
Por Rafael Teles e Thaís Seixas / Atarde
FOTO: ADILTON VENEGEROLES / AG. A TARD
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