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sábado, 28 de dezembro de 2019

Vexames, eleições e briga contra o rebaixamento: relembre o ano do Vitória

Depois de trancos e barrancos, o último capítulo da temporada 2019 do Vitória teve um final feliz. Para alguns torcedores, o fato de escapar do rebaixamento deixou um gosto de esperança em dias melhores em 2020. No entanto, é inevitável não ressaltar que o Leão fez uma de suas piores campanhas na Série B, quando chegou a figurar, inclusive, por algumas rodadas na lanterna da competição.

A retrospectiva da temporada do Vitória leva em consideração os pontos positivos e negativos que marcaram o ano do Rubro-Negro. A trajetória do Leão pode ser divida em duas partes. Na primeira, um começo de ano turbulento, ainda com resquícios de um rebaixamento na Série A, seguido de eliminações precoces em competições chave para o clube que resultaram em eleições diretas para presidente. Enquanto a segunda, conta com a chegada de reforços fundamentais na redenção do time, a polêmica com a Arena Fonte Nova, entre outros.
Pré-temporada e apostas
O cenário era dramático. Rebaixado para a segunda divisão, com crise administrativa e uma situação financeira delicada, o torcedor do Leão sabia da probabilidade de viver fortes emoções na temporada. Inicialmente, o time precisava enxugar a folha e se despedir de alguns nomes conhecidos. Assim, jogadores como Kanu, André Lima, Neilton, Willian Farias e a jovem promessa Lucas Ribeira se despediram da Toca.
Para comandar o novo 'barco', o escolhido foi Marcelo Chamusca, velho conhecido do Rubro-Negro que iniciou sua carreira como treinador nas divisões de base na Toca do Leão. No elenco, o até então presidente, Ricardo David, apostou em alguns medalhões com passagens de destaque pelo Vitória, como os casos de Victor Ramos e Neto Baiano, ambos sem sucesso. Além disso, nomes como os de Andrigo, Thales e Dudu Vieira também não agradaram a torcida.
Apesar das chegadas, quem começou a frente do Leão foi o técnico do sub-23, João Burse, junto com o time de aspirantes. No entanto, após dois empates nos dois primeiros jogos no 'Nordestão' - CSA e Moto Club - o Vitória resolveu não prosseguir com as apostas e voltou a jogar com o time principal.
Eliminações precoces e primeira queda
O primeiro indício do que vinha pela frente ocorreu com menos de um mês de trabalho. Em jogo único pela Copa do Brasil, o Leão viu as possibilidades de dar um suspiro financeiro irem por água abaixo, após ser eliminado em jogo único pelo modesto Moto Club, por 2 a 0, ainda na primeira fase da competição.
Pouco tempo depois, o Vitória obteve uma eliminação ainda mais vexatória. Dessa vez, pelo Campeonato Baiano, saindo também na primeira fase. Pelo torneio, o Leão disputou nove partidas, vencendo apenas três, empatando quatro e perdendo duas. A série de maus resultados culminaram com a demissão de Marcelo Chamusca.
Pelo Rubro-Negro, o comandante disputou 14 partidas, venceu apenas três, com sete empates, quatro derrotas e um aproveitamento de 38,1%.
Para ocupar a vaga no comando técnico, o Vitória apostou na vinda de Cláudio Tencati. O treinador tinha a credencial de ter comandado o Londrina durante seis anos consecutivos, conquistando campanhas de expressão, como um título estadual e uma Copa da Primeira Liga, além de dois acessos que levaram a equipe da quarta à segunda divisão.
Novo comandante e eleições
Logo nos primeiros jogos, o técnico conquistou dois empates que foram suficientes para classificar o time baiano para as quartas de finais da Copa do Nordeste. Detalhe, o time passou para a fase seguinte sem vencer um jogo sequer, com sete empates e uma derrota. No entanto, diferente do que era esperado, o técnico não repetiu o mesmo sucesso que teve em outros clubes e foi eliminado na fase seguinte, após goleada de 4 a 0 sofrida contra o Fortaleza.
Nesse meio tempo, um desejo da torcida acabou se concretizando. No final de abril, Ricardo David renunciou ao cargo e antecipou novas eleições na Toca do Leão, que eram previstas para ocorrer apenas em dezembro. No pleito, nomes conhecidos como Paulo Carneiro, Raimundo Viana, Walter Seijo e até Gilson Presídio concorriam ao cargo. Com todas as urnas apuradas, a contagem de votos trouxe novamente a figura de Paulo Carneiro para o Barradão, com quase 68% dos votos.
No dia seguinte às eleições, foi dada a largada para o Brasileirão Série B. Porém, logo nas primeiras quatro partidas, veio a segunda troca de bastão no Vitória, após Tencati não resistir a derrota diante do São Bento. Com as cores rubro-negras, o treinador esteve na beira do gramado por sete jogos, conquistou apenas um triunfo, dois empates, quatro derrotas e um aproveitamento de 23,8%.
Início desastroso no Brasileirão e recesso
Para o lugar do ex-comandante, Paulo Carneiro resolveu adotar a filosofia de modernidade, apostando em técnicos novos no mercado. Bastante questionado pela torcida, o primeiro a assumir o cargo foi Osmar Loss. O treinador de 44 anos teve boas passagens pelas categorias de base de Internacional e Corinthians, mas ao subir para o profissional não havia conseguido obter o mesmo êxito em times como Juventude, Guarani e o próprio Alvinegro paulista.
Logo de cara, Loss teve um aproveitamento de apenas um ponto em 12 disputados, perdendo três jogos em quatro. Após a derrota por 3 a 0 sofrida diante do Oeste, veio a tão esperada pausa para a Copa América e, assim, a esperança em poder organizar o time melhor para o segundo semestre.
Até o momento da parada, o Vitória havia disputado oito partidas na competição, acumulando apenas uma vitória, um empate, e seis derrotas. Com um aproveitamento de 16,6%, se tornou figurinha carimbada na lanterna da zona de rebaixamento.
Retorno da Copa América
No período de recesso, o Vitória conseguiu tirar um tempo para aparar algumas arestas no time. Um desses pontos foi a chegada do equatoriano Jordy Caicedo, depois de muita novela envolvendo a negociação do clube com o centroavante.
Entretanto, quem achava que o time já retornaria aos gramados com um triunfo, se enganou. Na primeira partida, diante do Cuiabá, o Rubro-Negro foi batido pelo placar de 1 a 0, decepcionando todos os presentes em pleno Barradão. O sucesso só veio na segunda partida, quando, no duelo entre Leão e Tigre, o Vitória venceu o Criciúma pelo placar de 2 a 0.
Primeiros sinais de melhoras e ida à Fonte Nova
Na passada do bastão, quem assumiu a frente foi Carlos Amadeu, velho conhecido do Vitória, que trabalhou durante muitos anos nas categorias de base do Rubro-Negro, além de ter tido passagens pelo Sub-17 e Sub-20 da Seleção Brasileira. Nos primeiros sete jogos, Amadeu conseguiu um incrível feito de manter o time sem perder - com três vitórias e quatro empates, algo inédito na temporada até então.
Os resultados positivos fizeram com que o clube não somente saísse da lanterna, mas conseguisse se livrar da zona de rebaixamento e chegou a alcançar a 15ª colocação. As vibrações na Toca do Leão eram as melhores possíveis, a expectativa da torcida estava lá em cima e, para melhorar ainda mais, o Vitória havia conseguido assinar contrato com a Arena Fonte Nova depois de meses de negociação e muita polêmica.
No entanto, diferente do que era esperado, a ida à nova casa não rendeu bons frutos ao Leão. Logo na primeira partida, diante do Guarani - último colocado da Série B - o Vitória teve sua invencibilidade findada após perder pelo placar de 1 a 0. Com a segunda derrota seguida, contra o São Bento, novamente uma equipe do Z-4, Amadeu não resistiu a pressão e foi demitido logo na chegada da delegação ao aeroporto, em Salvador.
À frente do Vitória, Carlos Amadeu foi o técnico com o melhor aproveitamento conquistado até então. Com nove partidas disputadas, o treinador conseguiu vencer três partidas, empatar quatros vezes e perder apenas duas, com um aproveitamento de 48%.
Carleto e Geninho chegam na Toca
A situação era delicada e, por isso, Paulo Carneiro resolveu fugir da filosofia de técnicos jovens para apostar na experiência de Geninho para livrar o Leão de vez de qualquer possibilidade de rebaixamento. "Eu trouxe um treinador mais experiente. Proporcional a gravidade do momento. O sistema está montado e ele chega sem uma equipe nas costas, aproveitando o que há no clube", explicou,  na ocasião, o presidente.
Junto ao técnico foi anunciado poucos dias depois a chegada de uma peça que se tornou uma das mais importantes do ano. No início de outubro, o Vitória fechava a contratação do lateral-esquerdo Thiago Carleto. Logo na sua partida de estreia, um expressivo triunfo diante do Oeste por 3 a 1 e, três dias depois, o mesmo resultado se repetiu diante do Cuiabá.
As boas exibições começavam a dar formato no Vitória de Geninho, que ainda não havia se visto em toda a temporada. Um time com mais ímpeto em campo. Mesmo o decepcionante revés sofrido diante do Londrina, por 1 a 0, em pleno Barradão, não foi suficiente para abalar a autoestima do time e nem da torcida rubro-negra, tanto que, nos três jogos seguintes, o Leão emplacou duas vitórias, sendo uma delas, um 3 a 0 contra o Brasil de Pelotas, melhor resultado da equipe em todo o ano.
Permanência na Série B
Apesar da boa fase, o prejuízo que o Vitória havia tido no primeiro turno da Segundona fez com que o time figurasse durante toda a competição na parte debaixo da tabela, mas precisamente nas seis últimas colocações. O respiro de alívio só veio ocorrer na penúltima rodada, em partida contra o Operário-PR.
No duelo, o Leão precisava apenas de um simples empate para se garantir na Série B, e chegou a abrir o placar com Léo Gomes, mas viu Allan Vieira empatar para os paranaenses ainda na primeira etapa. Depois de muita polêmica envolvendo a arbitragem, o Vitória teve uma falta aos 51 minutos do segundo tempo. Em cobrança de muito longe, Carleto marcou e garantiu o triunfo rubro-negro e a permanência na segunda divisão.
Na despedida da temporada, o Rubro-Negro ainda chegou a perder para o Coritiba, mas a partida servia apenas para cumprir tabela. Sob o comando de Geninho, o Vitória disputou 15 partidas, com cinco triunfos, seis empates e quatro derrotas. Um aproveitamento de 46,6%. Após o fim da competição, Geninho e Carleto tiveram seus contratos prolongados com o Leão.
Estatísticas
Com um início muito conturbado, os números do Leão no ano passaram longe do que era desejado pela torcida. Ao todo, o Vitória disputou 57 jogos, venceu 14 vezes, empatou 23 e perdeu 20. O aproveitamento durante toda a temporada foi de 38%.
O saldo de gols do time foi outro aspecto que também não agradou, terminando de forma negativa, com 62 gols feitos e 73 sofridos. Na temporada, quem mais balançou as redes para o Rubro-Negro foi o centroavante Anselmo Ramon, com 7 gols em 32 jogos, seguido do equatoriano Jordy, que marcou 6 vezes em 20 oportunidades.
Por fim, o ano teve um gosto especial para o zagueiro Ramon. Peça fundamental do elenco na atual temporada, ele foi o atleta que mais vezes entrou em campo pelo Vitória, com 41 partidas. Esses números contribuíram para que o defensor atingisse uma marca ainda mais histórica no clube. Antes de a bola rolar no Barradão para o duelo contra o CRB, válido pela 35ª rodada da Série B, o zagueiro foi homenageado pelos 200 jogos com a camisa do Leão.
Fonte Alex Torres/ Atarde
Fotos Atarde | Foto: Maurícia da Matta | EC VitóriaFoto: Raul Spinassé | Ag. A TARDE








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