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quinta-feira, 13 de março de 2014
Bahia quer expulsar MGF do quadro de associados
A divulgação do pagamento do Bahia para radialistas, familiares e outras pessoas ligadas a Marcelo Guimarães Filho - e que não têm vínculo profissional com o Tricolor - vai dar maior embasamento para um processo que já corre no Conselho Deliberativo do clube e tenta expulsar o ex-presidente do quadro de sócios.
A iniciativa não é nova, e surgiu ainda na primeira reunião do colegiado neste ano. O grupo determinou que dois conselheiros - Mário Silva Júnior, presidente da câmara social, e Leonardo Vieira, presidente da câmara jurídica - ficassem responsáveis de colher documentos que pudessem embasar a saída do ex-gestor.
Qualquer suposta infração teria que ser julgada segundo o antigo estatuto do clube, aprovado em 2008, e vigente durante a gestão MGF. Entre os artigos aos quais o presidente pode ser enquadrado estão o 54, que prevê infração grave o sócio que ofender ou tentar ofender outro sócio do clube, e o artigo 33, que coíbe a administração do Bahia seguindo bens e interesses próprios.
Considerando o último, a divulgação da lista de pagamentos do clube pode ser fundamental. "Esses documentos não foram considerados ainda, mas com certeza serão avaliados antes de notificar os ex-gestores", afirma o presidente da câmara jurídica, Leonardo Vieira.
Os conselheiros lembram que o processo pode ser lento para garantir a possibilidade de defesa a MGF. A previsão é que o ex-presidente seja notificado da sindicância somente no começo do mês que vem.
A partir daí, o ex-gestor terá um prazo para apresentar defesa e testemunhas, caso ache necessário. Só depois disso Marcelinho será levado a julgamento pelos 100 conselheiros do clube. Se acusado, ele ainda terá direito a recurso e novo julgamento, dessa vez diante da assembleia geral de sócios. As punições podem ser desde a censura à suspensão e expulsão definitiva do quadro.
"Não podemos nem fazer julgamento. Quem vai decidir pela expulsão ou não é o pleno do conselho. Nosso papel é gerar a sindicância", ressalta o presidente da câmara social, Mário Silva Júnior. A ideia é que Marcelinho tenha todas as chances de provar inocência. "Se ele diz que esses gastos com viagens foram reembolsados para o clube, ele terá a chance de mostrar", lembra Leonardo Vieira. O conselheiro acredita que as provas contra MGF são contundentes. "Eu diria que os indícios são fortes. O fato de ele pagar viagens dos irmãos, da companheira com o dinheiro do clube... Tudo isso será avaliado", diz.
Presidente do clube, Fernando Schmidt afirma que a diretoria acompanha o processo de perto, mas acredita que o melhor seria esperar. "Estamos na iminência de o Ministério Público dar um pronunciamento a respeito dessa conduta dele. Isso pode robustecer o movimento", acredita. Ele ressalta que o processo será justo. "Não pode ser uma medida arbitrária. Temos que acusar, mas também ouvir o lado contraditório", afirma Schmidt.
MGF desconhece ação
O ex-presidente afirma que ainda não foi notificado sobre a possível expulsão e ressalta que não tem preocupação com relação a isso. "Isso para mim é indiferente, tenhos coisas mais importantes para me preocupar", disse. Ele ainda aproveitou para alfinetar a atual direção do Bahia: "Com relação ao presidente de direito do clube (Schmidt), eu volto a pedir para ele me esquecer".
Na quarta-feira, 12, o Bahia publicou nota oficial sobre a divulgação, feita na terça, 11, dos pagamentos envolvendo terceiros. Segundo o texto, o clube obedeceu o artigo 52 do estatuto, que visa dar aos associados o acesso às informações de despesas do clube com terceiros.
Fonte Atarde / Vitor Villar
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