A Copa do
Mundo mostrou uma lição neste sábado: é melhor não duvidar da Alemanha. Em
crise, com um jogador a menos e perto de ser eliminada do torneio, a atual
campeã mundial conseguiu buscar um resultado heroico para se reerguer e se
manter viva na disputa. Toni Kroos, nos acréscimos, garantiu os 2 a 1 sobre a
Suécia, no Fisht Stadium, em Sochi, e a reação do time que havia perdido na
estreia por 1 a 0 para o México.
A
determinação da Alemanha foi fundamental para evitar o vexame de cair na
primeira fase pela primeira vez em 80 anos. A Suécia começou melhor e abriu o
placar, porém pela tamanha fixação em defender sem ter opções de contra-ataque,
acabou punida no final. Toni Kroos, que havia falhado no gol sueco, colocou a
bola no ângulo para garantir a virada e a sobrevivência. Na última rodada, os
alemães enfrentam a Coreia do Sul, enquanto que os suecos encontram os mexicanos.
Todos ainda têm chances de classificação.
A vitória do
México mais cedo sobre a Coreia do Sul obrigava a Alemanha a vencer para não
chegar à ultima rodada na dependência de outro resultado. Uma pressão traduzida
em ataques e velocidade no começo da partida. Apenas nos 10 primeiros minutos,
foram três chegadas à pequena área da Suécia, uma blitze que parecia fadada a
resultar em gol a qualquer instante.
A
resistência sueca foi grande neste início, incentivada principalmente pela
animada e musical torcida de amarelo em Sochi. Se chutes para lateral e
desarmes já causavam alvoroço, quando Berg saiu livre na cara de Neuer e perdeu
chance, o público escandinavo delirou. O lance foi uma espécie de divisor de
águas no jogo. Os jogadores grandalhões, de pouca técnica e então presos ao
rígido 4-4-2, começaram a se soltar.
Confiante e
acostumada a derrotar favoritos, como fez nas Eliminatórias diante de Holanda e
Itália, a Suécia começou a avançar e trocar passes. Aos 31 minutos, o gol saiu
em uma bonita jogada. O regular Toni Kroos, cérebro da Alemanha, errou o passe,
os suecos tabelaram e o atacante Toivonen, de 1,92 metro, teve a sensibilidade
de tocar por cobertura para enganar o goleiro Neuer.
A
desvantagem deixou a Alemanha instável. Apesar de quase chegar ao empate, a
equipe viu a Suécia melhorar em campo e ter duas chances para ampliar. O
intervalo veio em boa hora para o técnico Joachim Löw tentar salvar o time. Foi
a oportunidade para conversar, colocar mais um atacante (Mario Gomez) e
recomeçar a pressão. Dessa vez deu certo. Logo aos três minutos, Marco Reus
finalizou de joelho para empatar.
O jogo
continuou tenso para a Alemanha. A Suécia demonstrou resistência e paciência
extremas para aguentar o sufoco, não se desorganizar e esperar o momento certo para
contragolpear. Os 10 jogadores de linha recuaram totalmente. Os tetracampeões
mundiais tinham uma grande posse de bola no campo de ataque e rondavam a área a
todo momento com grande dificuldade para entrar.
Quando
conseguiam, a finalização saía torta. O drama alemão aumentou aos 36 minutos da
etapa final. Boateng levou o segundo cartão amarelo e forçou a equipe a ficar
com um a menos. Logo no lance seguinte, a Suécia quase vez. Os atuais campeões
do mundo, em desespero, não recolocaram um defensor e gastaram a última
substituição com mexida no setor ofensivo. A ousadia levou Mario Gomez a quase
fazer um gol de cabeça. O sueco Olsen salvou.
Os
acréscimos foram eletrizantes. O alemão Brandt acertou um chute na trave e, na
resposta, a Suécia quase fez. O último lance seria uma falta para a Alemanha no
canto esquerdo, próxima àárea. Marco Reus ajeitou e Toni Kroos, com maestria,
colocou uma bola com curva no ângulo esquerdo alto do goleiro para reacender a
esperança de um time que por pouco viu a sua chama apagar.
Por Ciro Campos | Estadão Conteúdo/Bahianoticas
(Foto: InfoEsporte
Foto: Michael Dalder/Reuters
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